Você sabe o que é a lágrima ácida em cães e gatos? Esse termo é utilizado para descrever situações em que a lágrima adquira um aspecto amarronzado, diferente do usual, e acaba formando certas manchinhas no olho de algumas raças, podendo ser ocasionada por um cachorro com olho remelando ou lacrimejando em excesso. O que poucos sabem é que quando se trata da lágrima ácida, cachorro e gato não necessariamente têm a presença de qualquer acidez no ducto lacrimal e não é algo que faz mal para o pet.

Mas o que é a “lágrima ácida”? 

O termo lágrima ácida em cães e gatos é um tanto equivocado e deveria ser repensado, pois pode confundir bastante quem não é da área veterinária. 

Quando falamos em lágrima ácida, os tutores já atribuem a lágrima a algo que pode machucar o paciente ou prejudicá-lo de alguma forma. Mas, na verdade, o termo correto seria epífora, porque a lágrima não é ácida – pelo contrário, ela é básica.

Ou seja, a lágrima em si não apresenta nenhuma alteração significativa. No entanto, existem alguns componentes presentes no líquido que oxidam quando entram em contato com o ar, como é o caso do ferro, por exemplo. 

Quando essas substâncias oxidam, elas assumem um caráter castanho, com tons acobreados, que é o que dá essa coloração específica da epífora.

Como a lágrima ácida se forma?

A condição da epífora ou lágrima ácida ocorre quando há a obstrução dos canalículos que fazem a drenagem da lágrima na superfície do olho até a região nasal. Em alguns casos, porém, isso também pode acontecer devido a um lacrimejamento excessivo dos pacientes em função de algum caráter irritativo na superfície do olho ou das pálpebras.

Entenda as causas da lágrima ácida em cães e gatos

Para desenvolver a epífora ou lágrima ácida, cachorro e gato costumam sofrer uma obstrução ou má posição dos canalículos lacrimais, sendo essas as principais causas associadas com a condição.

Outra possibilidade é a má formação do ducto lacrimonasal, às vezes a entrada dos ductos está formada, mas em alguma outra região pode ter uma má formação dessa via que leva a lágrima do olho até o nariz.

Também é importante considerar situações em que o paciente pode ter um lacrimejamento maior ou estímulo de lacrimejamento devido a outros fatores. No caso de cães, alguns exemplos disso são o excesso de exposição dos olhos, cílios crescendo na região errada ou nódulos na região palpebral que afetam a superfície do olho e acabam causando irritação. Tudo isso é referente à epífora crônica, ou seja, situações que não vão embora nunca e não necessariamente estão acompanhadas de uma doença ocular em cães.

A alimentação é outro fator predisponente da epífora. Geralmente isso acontece quando o paciente apresenta reações alérgicas a algum componente presente na ração ou petiscos, que vão acabar desencadeando um quadro de conjuntivite alérgica. Essa conjuntivite, por sua vez, é o que vai aumentar a produção lacrimal do paciente, que causa a epífora.

Já no caso da epífora em gatos, as razões costumam ser as mesmas que as dos cães, com o acréscimo de uma situação a mais: os gatos também podem ter a lágrima ácida associada com a atuação de herpes. 

A causa pode ser derivada de uma irritação crônica leve pelo herpes ou até essa irritação crônica sendo um pouco mais agressiva, causando lesão na superfície dos olhos. Vale destacar que no caso dos gatos é muito raro que os cílios cresçam para dentro, até porque os gatos não têm cílios – tem pseudo cílios – mas em casos atípicos isso pode acabar ocorrendo.

Como tratar a lágrima ácida em cães e gatos?

A forma de tratamento da lágrima ácida vai depender principalmente da causa do problema. No caso de má formações ou obstrução dos canalículos ou do ducto lacrimonasal, é importante que seja feita essa desobstrução, mas não é garantia de que o paciente não vá sofrer com o mesmo problema futuramente. 

Por outro lado, quando a epífora é causada por um excesso de lacrimejamento, é necessário investigar a causa por trás dessa produção lacrimal excessiva para que ela seja tratada. 

Um paciente com sensibilidade alimentar, por exemplo, acaba desenvolvendo uma síndrome alérgica por conta disso. Com um manejo alimentar, isso é resolvido. Outro exemplo é se o cachorro tem um cílio crescendo em um local errado, aí no caso é só tirar aquele cílio que resolve. Então é um tratamento mais direcionado para a causa.