Como adaptar o cão ao seu novo lar?
Descubra todos os cuidados necessários para adaptar o novo Pet à sua casa e pequenas dicas para facilitar este processo.
Chegou o tão esperado momento, o novo amigo vai entrar pela porta. Mas, se engana quem acha que os cuidados para o novo pet começam só agora. É preciso se planejar e começar a se preparar muito antes!
Para que você e seu novo amigo passem por essa etapa sem estresse, preparamos este texto com o passo a passo da adaptação, além de pequenas dicas para descomplicar o desenvolvimento desta relação para a vida toda.
Planejamento a longo prazo
É preciso lembrar que um cachorro vive entre 10 e 13 anos. Além das responsabilidades cotidianas como: alimentação, passeio, limpeza do xixi e cocô, banho e tosa etc, é preciso pensar nos em todos os cuidados necessários ao longo da sua vida como vacinas, consultas veterinárias e a velhice do animal.
Adaptação a família
As vantagens de crescer ao lado de um animal de estimação são inestimáveis às crianças, inclusive na hora de ensinar as questões relacionadas a responsabilidade. É comum que nos primeiros dias de animação todos se incluam nas atividades (nos passeios principalmente), e após meses e anos de rotinas, as tarefas deixem de ser um prazer e passem a ser uma obrigação chata. E embora seja importante cobrar as crianças a cumprir seus compromissos, no final, é dos adultos a responsabilidade.
Escolhendo o Pet
Parece obvio que aquele filhotinho fofo vai crescer, mas além do tamanho, é preciso estar atento às características de cada pet e as suas necessidades. Uma pesquisa rápida, pode dizer quais as características da personalidade de cada raça e cuidados necessários, até doenças que cada raça tem pré-disposição.
Por isso, se você adotar um “vira-lata” , ou um SRD (sem raça definida), a vantagem é que eles não têm doenças de pré-disposição genéticas, e se já for adulto, não vai ter surpresa quanto ao tamanho e personalidade do animal no futuro.
Adaptação para cães adultos
Falando em cães adultos, o mais importante é conhecer o melhor possível o histórico do animal. Saber porque ele está sendo doado, histórico de doenças, se é adaptado ou não a outros animais, se está acostumado a morar dentro de casa ou no quintal, etc. Não que isso seja definitivo, um cão ainda que adulto, pode ser treinado e adestrado, mas você precisa estar ciente dos cuidados que serão necessários e o trabalho que isso pode gerar.
Em muitos casos, os antigos hábitos do Pet podem ser usados a seu favor na adaptação, se você conseguir reproduzir a rotina do pet e até simular parte do ambiente que ele estava acostumado, a tendência é que ele se sinta seguro e acostume mais rápido com a mudança. Além de que em muitos casos, os animais adultos já são sociáveis com outras pessoas e animais, podem passear assim que são adotados porque já terminaram as vacinas, são acostumados a fazer xixi fora de casa ou em tapetes higiênicos.
Uma dica especial é usar a memória olfativa do pet como: manter a mesma alimentação ou ração nos primeiros dias, trazer um brinquedo que ele já está acostumado, manter camas ou cobertores que têm o cheiro da antiga casa e fazer os primeiros passeios em parques e locais que ele já conheça.
Treinando seu filhote
Filhotes são sempre fofinhos e impossíveis de não se apaixonar, mas assim como crianças, demandam de cuidados específicos. E quanto mais novos, maior deve ser a atenção, já que são mais frágeis.
Esse deve ser o primeiro cuidado, garantir que o Pet não vá antes da idade adequada para sua casa. Os primeiros 60 dias são essenciais para o desenvolvimento do filhote, é nessa fase da vida que ele entende o que é ser um cão, desenvolve sua personalidade, aprende a interagir com outros cães através dos irmãos e da mãe, cria o sentimento de grupo e de matilha e principalmente aprende a distinguir as pessoas dos cães e como interagir com cada um.
Também semelhante às crianças, os primeiros meses de vida do cão são marcados pelas constantes visitas ao veterinário para a vacinação. Além de ser primordial na saúde, é importante por ser um dos primeiros contatos com o mundo externo e todos seus estímulos como andar de carro, contato com outros humanos, barulhos da rua e uso da caixa de transporte, que são essenciais no desenvolvimento e socialização para o futuro.
Como a imunização do filhote não está completa, é muito importante fazer uma boa faxina na casa antes de receber o pequeno. Aproveite e tire do caminho tudo que ele possa fuçar e eventualmente comer ou destruir. Os fios normalmente são alvos fáceis por ficar expostos no chão, além do perigo de acabarem sendo roídos e danificados, em alguns casos podem transmitir corrente elétrica e causar acidentes.
Depois que a casa estiver limpinha e arrumada, é hora de escolher o local de fazer xixi. Mesmo que você queira acostumar o Pet a fazer na rua durante os passeios, é preciso ter um local adequado dentro de casa, principalmente no caso dos filhotes que não conseguem segurar as necessidades. E justamente por isso, não se incomode quando encontrar algum xixi ou cocô fora do lugar, pois acidentes acontecem, né? Uma dica simples, é colocar o mais longe possível da comida e em um local único, porque mesmo que a casa seja grande, com mais de um local para o pet usar de banheiro, ele pode acabar se confundindo e atrapalhando o processo de aprendizado.
A alimentação é muito importante nessa fase da vida, já que eles estão em fase de crescimento. Por isso, converse com o seu veterinário sobre as opções e escolha qual a melhor para ambos. A comida também pode ajudar a evitar que o bichinho morda os objetos da casa. Coisas geladas ou congeladas aliviam o incomodo causado pela troca da dentição e crescimento dos dentes definitivos.
Dicas gerais
Seja filhote ou adulto, usando essas instruções, você e seu novo “cãopanheiro” vão passar rapidamente pela fase de adaptação:
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Esteja presente
No primeiro dia é essencial o tempo para a adaptação, então leve o Pet para casa de dia e de preferência, no final de semana. Assim será possível ele conhecer os ambientes, brincar, comer e passar o dia todo junto antes de dormir. Chegando em casa, mostre imediatamente o local onde deve ser o banheiro e garanta que ele use já nesse primeiro dia pelo menos uma vez o local.
Evitar agitação nos primeiros dias como múltiplas visitas estranhas, passeios e contato com outros Pets, é bom para transmitir tranquilidade e conforto ao animal. Ajude as crianças a terem uma abordagem carinhosa com o novo morador da casa, mas de forma respeitosa e que não seja invasiva. Sim, a vontade é passar o dia com ele no colo e encher de abraços e carinhos, mas é preciso sentir se o Pet está confortável com tamanho contato e dar espaço para que ele explore o ambiente de maneira livre.
Tudo isso deve contribuir para que a adaptação aconteça mais rapidamente e assim você possa conhecer logo o “jeitinho” do seu novo amigo.
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Estabeleça a hierarquia
Cães vivem em matilha, e por isso sentem a necessidade de um grupo organizado e um líder para seguir. Na sua casa, esse líder deve ser você, pois se o pet não reconhecer essa autoridade, ele vai tentar dominar o ambiente, o que pode gerar além de desobediência, problemas de comportamento e até mesmo agressividade.
A relação de autoridade, deve, no entanto, ser estabelecida através de laços afetivos, que irão tornar o animal dócil e obediente. A melhor maneira de fazer isso é através de carinho e reforço positivo, usando recompensas aos comportamentos que queremos incentivar.
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Seja consistente
Se estamos falando em estabelecer, regras é preciso que elas sejam claras, coerentes e constantes. Não adianta você proibir o cãozinho de subir no sofá e na cama, mas outras pessoas da casa deixarem. Ou tentar que ele entenda porque não pode subir na cama quando está sujo. Isso só vai fazer com que o pet se sinta confuso e assustado ao ser reprimido, podendo inclusive a desobedecer a outras regras devido a confusão. Por isso evite exceções. Ou pode ou não pode.
A linguagem também é muito importante, comandos diretos como “desça”, “solte” e “senta”, são muito mais instrutivos do que simplesmente “não”. Usar o nome do Pet durante a bronca também não é uma boa ideia, e principalmente nos primeiros dias, pode causar efeito contrário, pois ao ouvir o nome após o episódio, ele vai se sentir reprimido e não acolhido.
Criar uma lista de vocabulário para todos usarem no treinamento do cão é uma excelente ferramenta para evitar confusões e fazer com que ele aprenda mais depressa.
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Paciência é essencial
Normalmente os maus hábitos na verdade não passam de atividades comuns na hora ou lugar errado. Por exemplo: fazer xixi é algo positivo, ele só acabou fazendo na hora ou lugar errado. Então, tente uma, duas, dez ou cem vezes, sempre com carinho e paciência. É comum que os donos se sintam “vencidos” pelo pet, ou achem que não é possível ensinar determinada tarefa. Mas, a chave para o sucesso é a repetição, o reforço positivo e persistência. Uma ajuda profissional de um adestrador em muitos casos é mais do que bem-vinda e pode acelerar este processo.
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Crie uma rotina
Hábitos são criados através da rotina, e com os cães não é diferente. Passear sempre no mesmo horário, dar a comida e até mesmo repetir brincadeiras são uma maneira de reforçar os aprendizados e transmitir segurança ao pet.
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Espaço do cachorro
Se estar presente é essencial, respeitar o espaço do animal também. Afinal, em algum momento ele vai ficar sozinho e é preciso que ele se sinta seguro assim. Um exemplo disso é a casinha ou caminha, porque mesmo que não seja usada para dormir, é um espaço onde ele pode guardar os brinquedos, comer o ossinho é como o seu espaço privado na casa.
Estabelecer este espaço também é importante nos primeiros dias para ajudar no treinamento, revezando os momentos de convívio e de confinamento. Para não gerar uma sensação de isolamento, portõezinhos vazados são uma boa opção, para que ele possa ver e ouvir as outras pessoas e não se sinta abandonado. O local escolhido deve ser de seja fácil manutenção e limpeza, pois toda a mudança de ambiente e estresse gerado na nova rotina, podem facilmente fazer com que esqueça seus conhecimentos sobre convivência social e de higiene. Retire todas as plantas, tapetes, produtos de limpeza, fios e cabos e qualquer outra coisa que possa ser danificada ou causar algum acidente com o Pet.
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Brinquedos são aliados
É muito comum que quando o pet estiver entediado, ele procure algo para fazer e é seu dever garantir que essa atividade seja saudável e segura. Existem vários brinquedos que visam causar um enriquecimento ambiental para os cães fazendo com que eles gastem energia acumulada de maneira inteligente e que despertam seus instintos naturais. Além disso, é uma maneira eficaz de ensinar o que ele pode ou não brincar e morder. Por isso, evite dar brinquedos caseiros, como chinelos e roupas, porque ele não vai entender que aquele item ele pode brincar e o outro não. Cuidado também com brinquedos que ele possa destruir ou engolir pedaços.
Quando ele estiver chorando e querendo atenção, é mais positivo dar um ossinho ou brinquedo para que ele se entretenha sozinho, assim, além de acostumar o pet com a sua ausência, ele vai associar esse momento com uma recordação prazerosa.
Ufa! São muitas necessidades, né? Mas a retribuição com todo amor que o seu novo amigo vai lhe proporcionar, com certeza valem a dedicação. Então, boa sorte!